terça-feira, 29 de novembro de 2011

Texto Argumentativo: a anorexia


Título: Reflexo distorcido

Diz a sabedoria popular que “a gordura é formosura e a magreza é beleza”. Contudo, o povo esqueceu, de acordo com as conveniências, que “no meio está a virtude”.

Em primeiro lugar, convém esclarecer que a anorexia não é vaidade excessiva ou loucura, mas uma doença, que, como qualquer outra, não surge por culpa ou desejo da pessoa. A anorexia é uma perceção distorcida do próprio corpo: a pessoa passa a ver-se e sentir-se como “gorda” mesmo estando magra. O maior risco advém desse “equívoco” da perceção.

Nas últimas décadas temos vindo a presenciar vários casos trágicos de jovens adolescentes que têm perecido. Lembremo-nos da cantora Karen Carpinter, que fazia dupla com o seu irmão, no grupo The Carpinters e que morreu em 1983. Mais tarde, assistimos à morte de Ana Carolina Reston, de 21 anos; de duas irmãs uruguaias, Luisel e Eliana, também modelos, entre tantas outras anónimas.

A modelo francesa, Isabelle Caro, que chocou a indústria da moda ao despir o seu corpo anoréxico, durante a semana de moda em Milão, pretendeu combater a anorexia e alertar-nos para a excessiva valorização da beleza.

Posto isto, em 2007, os promotores da Semana de Moda de Madrid decidiram recusar modelos que fossem demasiado magras, submetendo as manequins a um teste de índice de Massa Corporal (IMC).

Felizmente, a anorexia tem tratamento, através de uma combinação de psicoterapia com tratamento medicamentoso.

Finais felizes como os de Lauren Bailey, da princesa Diana e de Jane Fonda dão-nos esperança. Esta última conta que “queria agradar e ser perfeita, o que na época significava ser esquelética”.

Na verdade, a anorexia nervosa é uma doença complexa, que envolve componentes psicológicas, fisiológicas e sociais, que conduzem a conflitos individuais e familiares, levando a depressões podendo culminar em morte, por inanição ou suicídio. Quando isto acontece, toda a sociedade é afetada: a família que vê a degradação física e psicológica do seu “ente” querido; a sociedade que rejeita, critica e isola.

Prevenir, certamente, não depende só de nós; é necessário que haja todo um contexto social favorecedor, que exija ações mais amplas e coletivas de consciencialização.

Assim como o peso, a balança do equilíbrio deve pender para a vida. Desta feita, a virtude está em saber viver de forma equilibrada, respeitando-nos e ao nosso corpo.

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